A Ressurreição De Lázaro: Por Que Jesus Demorou? – Religião

A Ressurreição De Lázaro: Por Que Jesus Demorou? – Religião

A Ressurreição de Lázaro: João 11:1-45

Quando o Céu Não Corre com a Pressa da Terra

Poucas coisas são tão dolorosas quanto orar por um milagre e sentir que o céu está em silêncio. Quantos cristãos já choraram por uma resposta urgente e viram, aparentemente, Deus chegar “tarde demais”? Foi exatamente isso que aconteceu em João 11. Marta e Maria enviaram um recado urgente a Jesus: “Aquele a quem amas está enfermo” (Jo 11.3). Mas, surpreendentemente, Jesus demorou. Não por descuido. Não por impotência. Mas por propósito.

Quando Jesus Ama… Mas Não Vem

Jesus amava Lázaro. Isso é repetido duas vezes no texto (Jo 11.3,5). Ainda assim, ao saber da enfermidade do amigo, Ele “ficou ainda dois dias no lugar onde estava” (v.6). Que paradoxo! O amor de Cristo não se traduziu em pressa. Isso desconcerta o leitor — e desconcertou Marta e Maria.

Essa aparente contradição nos ensina algo profundo: o amor de Deus não é sinônimo de imediatismo. Ele não se move pela urgência humana, mas pelo plano celestial. O que é prioridade para nós nem sempre é prioridade para o Reino. O amor de Deus é sábio, não ansioso.

“Os pensamentos de Deus são mais altos que os nossos” (Is 55.9)*

O Tempo de Deus Não é Cronológico, É Redentor

Ao olhar para João 11, percebemos que o tempo de Deus é carregado de intencionalidade. Jesus não atrasou por erro de logística, mas por fidelidade à agenda do Pai. Ele mesmo diz: “Esta enfermidade não é para morte, mas para a glória de Deus” (Jo 11.4).

Aqui está o segredo: Deus usa até a enfermidade para revelar Sua glória. Mas para isso, às vezes, é necessário esperar.

Em nossa cultura da pressa, associamos rapidez à eficácia. Mas Deus trabalha com outra lógica: a redenção exige tempo. O tempo divino é kairós, não apenas chronos. É o tempo oportuno, não apenas cronológico.

Capa2 A Bíblia Não Erra
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Quando a Fé Colide com a Realidade

Quando Jesus finalmente chega, quatro dias haviam se passado desde a morte de Lázaro. Marta corre ao seu encontro e lança uma frase carregada de dor e fé: “Senhor, se tu estivesses aqui, meu irmão não teria morrido” (Jo 11.21).
Quantas vezes nós também falamos isso? “Senhor, se tu tivesses agido antes, eu não teria perdido meu emprego, meu casamento, meu ente querido…” Essas palavras refletem o conflito entre a fé na capacidade de Deus e a frustração com Sua demora.

Marta acreditava no poder de Jesus, mas limitava esse poder ao tempo passado. Jesus, porém, queria que ela cresse no presente e no futuro:

  • “Teu irmão há de ressuscitar” (v.23).
  • “Eu sou a ressurreição e a vida” (v.25).

A Voz de Jesus Não Atrasou: Ela Veio no Tempo Perfeito

A chave da narrativa é a certeza de que Jesus nunca chega tarde — Ele chega quando é para a glória do Pai. O que parecia um atraso, na verdade era uma preparação.

A ressurreição de Lázaro é o sétimo e último sinal do Evangelho de João antes da cruz. Era necessário que fosse marcante, incontestável, irrefutável até para os mais céticos. Por isso Lázaro estava morto “há quatro dias” (Jo 11.39), tempo suficiente para que o corpo estivesse em decomposição, anulando qualquer possibilidade de dúvida sobre o milagre. Milagres tardios, às vezes, são os mais gloriosos.

Uma Lição Profética: Jesus e o Quarto Dia

Alguns estudiosos veem no “quarto dia” uma simbologia profética. No pensamento judaico da época, após três dias o espírito já se afastava do corpo, tornando impossível qualquer retorno à vida. O “quarto dia” era, portanto, o fim das esperanças naturais.

Isso nos revela algo precioso: Deus espera o fim da esperança humana para então manifestar Sua glória. Ele entra quando ninguém mais pode agir, para mostrar que Ele é o Deus do impossível, não do provável.

Quando Jesus Chora com a Dor dos Seus

Em um dos versos mais curtos da Bíblia e certamente um dos mais intensos, lemos: “Jesus chorou”* (Jo 11.35). A demora de Jesus não foi indiferença. Ele sentiu a dor da perda, viu o sofrimento de Marta e Maria, e chorou com elas. Isso revela que Deus pode estar demorando para agir, mas jamais deixa de sentir. Sua compaixão é real, ainda que sua ação pareça tardia.

Esse versículo também revela a união entre a divindade e a humanidade de Cristo. Ele sabia que iria ressuscitar Lázaro em instantes, mas ainda assim chorou. Por quê? Porque a dor do ser humano importa para o coração de Deus.

Aplicativo do pregador
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O Chamado Que Restaura a Vida: “Lázaro, Vem Para Fora!”

Chegamos ao clímax: “Lázaro, vem para fora!” (Jo 11.43). Com apenas uma frase, Jesus reverte o inevitável. A morte recua. A decomposição se submete. A sepultura devolve o que já havia engolido. O tempo de Deus chegou — e com Ele, a vida retornou. Esse chamado é poderoso e tem repercussões escatológicas. É um prenúncio da ressurreição dos santos (Jo 5.28,29). O mesmo Jesus que chamou Lázaro pelo nome, um dia chamará todos os salvos:

  • “Vinde, benditos de meu Pai” (Mt 25.34)
  • “Subi cá” (Ap 4.1)

O Que Aprendemos Sobre o Tempo de Deus?

  • Deus ama, mesmo quando demora. O amor divino não está condicionado à velocidade da resposta.
  • A espera é um campo de prova para a fé. Maria e Marta aprenderam a crer no invisível e esperar pelo inédito.
  • A glória de Deus exige tempo. Se Jesus curasse Lázaro, seria maravilhoso. Mas ressuscitá-lo foi glorioso.
  • O tempo de Deus não falha. Ainda que pareça atrasado, Deus nunca perde o momento certo.

A Espera Que Produz Glória

Assim como Maria e Marta, nós também enfrentamos momentos em que Deus parece demorar. Oramos, clamamos, esperamos… e nada acontece. Mas o capítulo 11 de João nos assegura: a espera do crente em Cristo nunca é em vão. Deus está trabalhando — não apenas no milagre, mas em nós. Às vezes Ele não quer apenas curar, quer ressuscitar. Não quer apenas consertar, quer revelar a glória.

Se creres, verás a glória de Deus” (Jo 11.40). Essa é a promessa. E ela vale para quem crê mesmo quando tudo parece acabado.

O “Atraso” de Deus é o Começo de Algo Maior

O milagre da ressurreição de Lázaro nos ensina que o tempo de Deus é pedagógico. Ele nos educa, molda e fortalece. A demora de Jesus em Betânia não foi um erro; foi uma encenação divina para um espetáculo de glória.

Portanto, da próxima vez que Deus parecer “demorar” na sua vida, lembre-se:

  • Ele ainda ama você.
  • Ele ainda está no controle.
  • Ele ainda vai agir — no tempo certo.

E quando Ele agir, **vai ressuscitar promessas, restaurar sonhos, renovar a fé e fazer o impossível se tornar real.

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