Com a chegada do calor intenso, problemas que afetam a saúde de cães e gatos tendem a se multiplicar; por isso, os tutores devem estar atentos.
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Segundo o médico-veterinário George William da Cruz Neves, mestrando em Defesa Agropecuária e Sanidade Animal pela Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), as enfermidades mais comuns no período atingem os sistemas respiratório, digestivo, tegumentar e imunológico, sendo agravadas pelo calor e pelas chuvas.
“As altas temperaturas intensificam riscos como hipertermia, dermatites, distúrbios gastrointestinais e doenças transmitidas por vetores. É durante o verão que parasitos externos encontram as melhores condições para multiplicação”, explica George.
Além disso, os períodos chuvosos elevam o risco de leptospirose, especialmente em cidades com más condições sanitárias. Regiões com grande número de cães sofrem ainda mais, já que o potencial de transmissão se torna maior.
Problemas dermatológicos também são frequentes. Acesso à praia, umidade acumulada na pele e irritação provocada pelo calor abrem portas para sarnas, micoses e dermatites de origem bacteriana, fúngica ou alérgica.
As vias aéreas, por sua vez, sofrem com infecções, sobretudo em animais braquicefálicos e durante viagens com ar-condicionado.
Sinais de alerta
O comportamento costuma ser o primeiro indicador de que algo está errado. Letargia, fraqueza, busca excessiva por sombra e aumento da ingestão de água sugerem que o corpo tenta equilibrar a temperatura.
Outro ponto é a respiração: ofegância constante, dificuldade respiratória e coloração alterada da língua ou gengiva — muito pálida, azulada ou avermelhada — merecem atenção imediata.
Quadros digestivos também preocupam. Vômitos e diarreia podem evoluir para desidratação, tremores, desorientação e até convulsões.
“Quando aparecem sinais como confusão ou colapso, é um indicativo claro de que algo não vai bem”, reforça Neves.

Vacinação adequada é uma das principais defesas. Para cães, a proteção contra cinomose, hepatite infecciosa, parvovirose e leptospirose é indispensável. Os gatos devem receber imunização para rinotraqueíte, calicivirose, panleucopenia e, quando indicado, clamidiose. A antirrábica é obrigatória para ambas as espécies.
Já o controle de parasitos externos exige produtos específicos — comprimidos mastigáveis, pipetas tópicas ou coleiras — respeitando espécie e peso. Verminoses também devem ser prevenidas para evitar risco zoonótico.
No ambiente onde vivem os animais, recomenda-se locais arejados, com água fresca e sombra. Toalhas úmidas, borrifadores de água fria e ventilação adequada ajudam a reduzir a temperatura corporal.
“Essas medidas simples diminuem o estresse térmico, especialmente em dias quentes e secos”, aponta o veterinário.
A hidratação também precisa ser reforçada neste período. Os bebedouros devem ser lavados com frequência e mantidos longe do sol. Em viagens ou caminhadas, comedouros portáteis evitam contaminações.
Água e alimentação: cuidados essenciais
Os bebedouros devem ficar em áreas sombreadas e frescas, sempre com água limpa, e gatos precisam de múltiplas fontes pela casa. A ração deve ser oferecida em quantidade suficiente para consumo imediato, evitando atrair insetos.
Mudanças abruptas de dieta, restos de comida e petiscos em excesso favorecem distúrbios gastrointestinais.
Durante passeios, oferecer água com frequência e evitar que o animal coma no chão reduz muito o risco de contaminações.
Legenda da foto: Hidratação é extremamente importante nos dias mais quentes (Foto: Reprodução)
Mitos e práticas perigosas
Uma crença comum — e prejudicial — é raspar completamente a pelagem dos pets no verão.
“Isso só aumenta a sensibilidade da pele e facilita queimaduras”, explica o médico-veterinário.
Outra prática arriscada é aumentar a frequência de banhos, que ressecam a pele e desequilibram a microbiota.
“Oferecer gelo em excesso, usar medicamentos humanos ou deixar o animal ao sol para ‘matar pulgas’ são erros graves”, alerta Neves. A automedicação pode causar intoxicações severas.
Se houver sinais como respiração rápida, língua muito vermelha ou roxa, salivação intensa, convulsões, sangramento nasal, vômitos repetidos ou prostração, procure atendimento imediatamente.
No caso dos felinos, a dificuldade de urinar pode indicar obstrução — situação que evolui rapidamente e não deve aguardar consulta de rotina.

FAQ sobre doenças de verão em cães e gatos
Quanto tempo posso esperar antes de levar o animal ao veterinário se ele tiver vômito ou diarreia no calor?
Não é recomendado esperar. Esses sinais podem evoluir rapidamente para desidratação, especialmente no verão. O ideal é buscar atendimento assim que os sintomas aparecem.
Banho frequente ajuda a refrescar?
Não. Banhos em excesso irritam a pele e favorecem o desequilíbrio da microbiota. Métodos como toalhas úmidas, sombra, ventilação e água fresca são mais seguros.
A tosa completa ajuda a reduzir o calor no verão?
Não. Raspar totalmente a pelagem aumenta a sensibilidade da pele e facilita queimaduras.
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