A Nissan anunciou uma reestruturação significativa, incluindo o corte de aproximadamente 20.000 empregos globalmente, representando cerca de 15% de sua força de trabalho.
Essa decisão ocorre após a empresa registrar um prejuízo líquido recorde estimado entre US$ 4,74 bilhões e US$ 5,08 bilhões no ano fiscal encerrado em março de 2025, segundo a imprensa do Japão, país sede da montadora.
As medidas incluem a redução do número de fábricas de 17 para 10, excluindo as operações na China, e o cancelamento de projetos, como uma nova planta de baterias no Japão.
O CEO Ivan Espinosa destacou que essas ações visam alinhar a produção à demanda do mercado e melhorar a rentabilidade da empresa.
Quando uma marca global acumula resultados incríveis e lucros exponenciais, geralmente as lideranças executivas tiram muitos aprendizados e benchmarks.
Só que o aprendizado é igualmente valioso quando uma empresa vai mal. Sem entrar nas minúcias dos balanços financeiros e na estratégia interna da Nissan, pode-se observar alguns sinais importantes:
Adaptação Rápida às Mudanças de Mercado: a Nissan enfrentou desafios significativos devido à rápida transição para veículos elétricos e híbridos, especialmente na China e nos Estados Unidos. A falta de uma linha competitiva de veículos híbridos nos EUA foi um fator crítico.
Importância de Inovação Contínua: a dependência de modelos antigos e a falta de inovação contribuíram para a perda de participação de mercado. Empresas devem investir continuamente em pesquisa e desenvolvimento para atender às demandas emergentes dos consumidores.
Gestão Proativa de Custos: a decisão de cortar empregos e fechar fábricas reflete a necessidade de uma gestão proativa de custos para manter a sustentabilidade financeira, especialmente em tempos de crise.
Comunicação Transparente: a Nissan enfrentou críticas por não fornecer informações claras sobre quais plantas seriam afetadas, destacando a importância da transparência na comunicação durante os processos de reestruturação.
A situação da Nissan serve como um alerta para líderes empresariais sobre a importância de antecipar mudanças no mercado, investir em inovação e manter uma gestão financeira sólida para garantir a resiliência organizacional.
A possível fusão com a Honda como uma saída, que nós noticiamos por aqui, não foi adiante. Em fevereiro falava-se que a Tesla, com seu dono superbilionário Elon Musk, poderia ser a carta da vez. Até Elon Musk declarar que não investiria na empresa e fazer suas ações derreterem na bolsa de Tóquio.
Por falar em bolsa de Tóquio…
Hoje a ação da Nissan acumula uma queda de 37% nos últimos 12 meses, valendo atualmente o equivalente a R$ 13,50. O teto, ou valor máximo, da ação foi de aproximadamente R$ 58 em 2006, ou seja, faz muito tempo.
Para se ter uma base de comparação, a ação da Toyota, outra marca gigante do mercado automobilístico e também japonesa, é negociada hoje ao equivalente a R$ 109.
O futuro da marca ainda é incerto. O certo é que, por enquanto, estamos vendo uma gigante global recuar de tamanho.