A seca em algumas localidades da Bacia do Rio Amazonas já afetam comunidades que dependem do transporte fluvial, a logística do transporte de mercadorias que impacta a cadeia mundial de abastecimento.
Nesta segunda-feira (30/09), o ponto de monitoramento do Rio Ji-Paraná apresentava por volta das 10h, a cota de 607 centímetros, próxima do nível de seca extrema que é de 610 centímetros. O nível mínimo histórico é de 602 centímetros. A situação também é crítica no trecho do Rio Solimões no ponto de monitoramento em Manacapuru e no Rio Amazonas, em Óbidos. Em Pedra do Ó, o nível do Rio Iriri já atingiu a cota de nível mínimo histórico. Os dados são do Serviço Geológico do Brasil. Outras localidades estão na mesma situação. Veja aqui
“Este cenário causa disrupções na cadeia mundial de suprimentos, além de comprometer a competitividade de produtos exportados da região” diz Eric Brenner, CEO da DHL Global Forwarding no Brasil.
Para garantir a continuidade do transporte de cargas durante a seca na Bacia do Rio Amazonas, as empresas de logística estão explorando diversas soluções.
“O serviço Multimodal Express (MMEX) para embarques mais urgentes, especialmente para produtos provenientes dos portos da Ásia, assim como cargas via o canal do Panamá é algo que estamos realizando. É feito uma transferência de modal em Miami, nos Estados Unidos, para o aeroporto de Manaus (AM), proporcionando uma solução rápida e eficiente para o transporte de cargas”, explica o executivo.
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Outra alternativa que as empresas de logística estão usando é utilizar rotas que se conectam no Caribe com navios de calado menor, capazes de navegar em águas menos profundas. Adicionalmente, é possível usar balsas no porto de Vila do Conde (PA), que atuam como feeders para Manaus, permitindo o transporte de mercadorias através de rotas mais acessíveis.
Além disso, o transbordo de contêineres de navios para balsas em um porto temporário, na região de Itacoatiara, no Rio Amazonas, ajuda a contornar as áreas com níveis críticos de água.
Previsão do tempo para a região amazônica
De acordo com os meteorologistas da Climatempo, nesta segunda-feira (30/09), há previsão de chuva com ocorrência de temporais no leste do Amazonas, sudoeste e oeste do Pará, norte e no noroeste de Mato Grosso, nordeste de Rondônia e no extremo oeste do Acre.
Na terça-feira (01/10), o tempo fica instável e bastante abafado com pancadas de chuva no decorrer do dia no Pará, Roraima, norte e no leste do Amazonas e no norte do Tocantins. Ainda de acordo com os meteorologistas, há alerta para temporais na divisa entre Pará e Amazonas. Na região de Barcarena (PA), pancadas de chuva com raios a partir da tarde.
O período de seca ainda deve se prolongar nestes primeiros 15 dias de outubro e as chuvas devem acontecer de forma mais regular em novembro. Até lá, o Clima será de atenção por conta do prognóstico de altas temperaturas e chuva abaixo da média que deve impactar as operações logísticas de transporte de produtos e commodities.
“Nestes primeiros dias de outubro as temperaturas devem continuar subindo na região, com o pico de calor mais intenso previsto na primeira quinzena de outubro. Este quadro é consequência de vários fatores, como as massas de ar seco do Brasil Central, que se expandem para a região amazônica nessa época do ano, e também do fenômeno do La Niña, que está em desenvolvimento”, explica Vinicius Lucyrio, meteorologista da Climatempo.
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