A Amazon colocou um número na mesa — e ele é gigante: o assistente de compras Rufus já está no ritmo de gerar US$ 10 bilhões adicionais por ano.
Sim, uma IA conversacional embutida no app virou um dos motores mais poderosos do e-commerce mundial.
O dado veio na call de resultados do terceiro trimestre, quando o CEO Andy Jassy revelou como o chatbot está mudando o comportamento de compra dentro da plataforma. Segundo ele, 250 milhões de consumidores usaram Rufus em 2025, com usuários ativos mensais crescendo 140% e interações disparando 210%.
E aqui está o número que mexe com o varejo inteiro: clientes que usam Rufus têm 60% mais chance de finalizar uma compra.
Rufus, o pesquisador pessoal que te segue pelo app
Lançado em beta em 2024, Rufus é mais do que um chatbot — é um “consultor de compras” treinado em: todo o catálogo da Amazon, avaliações de clientes, Q&As da comunidade e conteúdo da web.
Ele responde desde perguntas amplas (“Tênis de trilha vs corrida de rua?”) até dúvidas de produto (“Esse casaco segura um inverno pesado?”).
Na prática, a estratégia é clara: impedir que o usuário saia do ecossistema Amazon para pesquisar no Google, Bing ou… ChatGPT.
É retenção via inteligência: em vez de só vender, a Amazon quer ensinar você a pesquisar dentro da própria plataforma.
Rufus começou nos EUA e já está em Reino Unido, Índia, França, Alemanha, Itália, Espanha e Canadá. A empresa vem adicionando features, como o novo “Help Me Decide”, que ajuda clientes indecisos com recomendações personalizadas baseadas em algoritmos.
Impacto direto no caixa (e na estratégia)
Os US$ 10 bilhões vêm do que a Amazon chama de “downstream impact” — métrica que rastreia compras influenciadas pela IA, mesmo quando o cliente converte dias depois.
A empresa usa um modelo de atribuição de 7 dias para capturar decisões tardias.
E Rufus não só vende mais: ele também rende lucro.
Documentos internos projetam:
US$ 700 milhões em lucro operacional indireto em 2025;
US$ 1,2 bilhão até 2027 — incluindo anúncios exibidos dentro das respostas da IA.
Enquanto isso, a Amazon reportou no trimestre:
US$ 180,2 bilhões em receita (+13%);
AWS crescendo 20%, para US$ 33 bilhões — o ritmo mais rápido desde 2022;
Publicidade subindo 22%, para US$ 17,6 bilhões.
Bilhões em data centers, chips e infraestrutura de IA
Para sustentar a explosão de uso, a Amazon elevou seu CAPEX de 2025 para US$ 125 bilhões, com nova alta prevista para 2026.
Boa parte vai para nuvem e IA — incluindo o recém-inaugurado Project Rainier, um data center de US$ 11 bilhões feito para treinar modelos da Anthropic.
A empresa já investiu US$ 8 bilhões na startup e planeja rodar 1 milhão de chips Trainium2 até o fim de 2025.
Cortes de pessoal, IA no centro da estratégia e… ações em alta
Dias antes dos resultados, a Amazon anunciou 14 mil demissões corporativas.
Jassy disse que a reestruturação busca “menos camadas e mais ownership”, não redução de custos por causa da IA.
Mas um memorando interno foi mais direto:
“A IA é a tecnologia mais transformadora desde a Internet.”
Apesar dos cortes, as ações subiram mais de 13% no after-hours, impulsionadas pelo crescimento da AWS e pelo impacto crescente da IA no varejo.
O recado para o mercado?
A Amazon está construindo um varejo onde pesquisa, comparação, escolha e compra acontecem dentro de um único túnel: a conversa com uma IA.
Se Rufus realmente é o futuro do comércio eletrônico, o varejo global acaba de ganhar um novo padrão: quem domina a jornada conversacional domina o carrinho.
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